segunda-feira, 6 de junho de 2011

* SÃO PAULO, FELIZ... CIDADE!


O título é provocante! Muitos não concordarão, outros apoiarão. Sei lá! Eu tenho um conceito bastante particular de felicidade. Acho que uma das características principais da felicidade é a vida bem vivida, completa, com experiências suficientes para se contar histórias. Sejam elas boas ou más, tristes ou alegres enfim... histórias vividas! Nossa São Paulo é uma cidade feliz porque vive uma tremenda história... uma não, muitas histórias!
Desde Anchieta, Nóbrega e o cacique Tibiriçá, com a Vila de São Paulo de Piratininga, essa cidade foi sendo repartida em povoados, que se transformaram em vilas e bairros cada um com uma história diferente pra contar. Hoje, são pequenas cidades e grandes histórias dentro da metrópolis. Há bairros em São Paulo com uma população superior a de muitos municípios brasileiros. Assim como há muitos paises que não têm nem a metade do número de habitantes que tem São Paulo.
Com todo esse tamanho e com toda essa gente, só pode ser feliz essa cidade que consegue ser um arquipélago cultural! Porque ela envolve, num só abraço gigantesco, a tudo e a todos... origens, raças, credos, sotaques, violência, tráfego caótico, deseducação urbana e social... tudo isso e muito mais numa espécie de amálgama humanitário. Todos convivem, não sem queixas, claro, mas também não sem orgulho, em meio aos muitos prós e contras de que é feita São Paulo, onde os prós, quase sempre, ofuscam os contras.
Por isso que alguma coisa aconteceu no coração do baiano Veloso quando, pela primeira vez, cruzou a Ipiranga com a São João... era felicidade, mas ele não entendeu. Não entendeu a poesia concreta das esquinas paulistanas, principalmente as quatro esquinas do cruzamento por ele eternizado. Também não percebeu as paulistanas que, cá pra nós, nunca foram deselegantes! Ok, meu bom baiano, eu sei... foi um difícil começo como é pra qualquer um que chega e tem de encarar essa cidade frente a frente. A letra da sua música também foi muito difícil no começo e até hoje, quando encarada frente a frente, muita gente fica meio que boiando com aquele negócio de “deuses da chuva”, “oficinas de florestas” e “áfricas utópicas”. Muito diferente de Narciso que acha feio o que não é espelho, o paulistano adora o que não é compreensível. Por isso ama a sua música, ainda que não entenda direito essas belas imagens tão bem costuradas e que sugerem leituras diferentes. Bem apropriadas para uma cidade que também tem as mais variadas interpretações! Uma cidade onde o Brasil e o mundo inteiro, incluindo gregos, troianos e baianos, pode curtir numa boa.

Assim, na juventude de seus 457 anos, eu acho que São Paulo é uma menina elegante, de poesia concreta... um sonho feliz de cidade, que todos aprendem a chamar de realidade. Porque, como já cantou outro músico chamado Billy Blanco... São Paulo que amanhece trabalhando... São Paulo que não sabe adormecer... São Paulo é uma cidade com os pés no chão e não na areia. Areia só aos fins de semana ou feriados prolongados!
E olhe lá...

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